No contexto acadêmico e profissional, o adventismo recém-adentrou no período pelo qual o Jornalismo passa a ser compreendido como um processo de comunhão e não de autopromoção. Jornalismo atua no contexto coletivo e não na esfera egocêntrica. Jornalismo prioriza a eficácia e não a bajulação. Jornalismo não pode, em momento algum, afagar o ego da imagem de pessoas. Menos ainda do próprio jornalista. O Jornalismo não nos pertence, é um dom emprestado por Deus. Jornalismo atende a ordem imperativa do “ide”.
E que ninguém se iluda quantos aos destinos da comunicação midiática, ou jornalística: não será ela a ferramenta finalizadora da missão. Como vitrine, fatalmente será a primeira instituição a ser destruída pelo regime totalitário mundial que ora toma forma. Contudo, o grande papel do Jornalismo se assemelha à cunha que abre espaço na resistente rocha, oportunizando a outros ministérios ocuparem esse espaço. Aqui está a nobre função dos jornalistas. Que se valorize esta força de infantaria da Igreja, não permitindo que o Jornalismo seja usado pelas tropas inimigas dentro das fronteiras instituições. O Jornalismo significa muito mais do que o mero uso de uma mídia e o domínio das técnicas. É preciso transformar esta poderosa arma em um eficaz meio de testemunho pessoal e de propagação do Evangelho.
Os cursos de Jornalismo das instituições superiores adventistas não podem ficar restritos ao preparo de profissionais para atuarem tão somente junto à Igreja. Mais do que isso, os estudantes precisam se fortalecer técnica, ética, moral e espiritualmente para testemunhar nas redações seculares ou assessorias de instituições nas quais exercerão a carreira jornalística. Visão holística e comprometimento missionário se complementam, seja no contexto eclesiástico ou junto à sociedade.
O preconceito contra o Jornalismo é mundial. Fato é que no Brasil ainda se demonizam as áreas da Comunicação, tais como o Cinema, a Publicidade, o Radialismo e, claro, o Jornalismo. Todavia, Ellen White, em Evangelismo, enaltece a importância dos meios de comunicação:
Descobrir-se-ão meios para alcançar os corações. Alguns dos métodos usados nesta obra serão diferentes dos que foram usados na mesma no passado… Lancemos mão da imprensa e ponhamos em ação toda propaganda que sirva para atrair a atenção do povo (pp. 129-30).
A visão de Ellen White sai do contexto eclesiástico e alcança a sociedade:
Os homens darão impressão errônea das doutrinas que cremos e ensinamos como verdade bíblica, e é necessário que sejam feitos sábios planos que nos assegurem o privilégio de inserir artigos na imprensa secular, pois isto será um meio de despertar almas, para que vejam a verdade. Deus suscitará homens que terão a capacidade de semear ao lado de todas as águas. Deus proporcionou grande luz sobre importantes verdades, e ela tem de ir ao mundo (p. 129).
Cabe a cada gestor de curso, coordenar, incentivar, orientar, projetar, apoiar, estimular, indicar, oportunizar e orar pelo curso, com o curso, docentes e alunos. Há momentos nos quais o gestor serve de para-raio, intermediário entre a Reitoria e a Diretoria de Campus e os professores e alunos. Fato é que o jornalismo continua sendo o melhor remédio para a liberdade e contra as mentiras e notícias falsas. O senso de missão deve impelir o gestor de curso, professores e estudantes de Jornalismo a continuarem avançando, com os olhares fixos no futuro, tanto no curto prazo aqui na sociedade terrena, quanto em direção à sociedade que durará muito mais que uma vida.
*O artigo é a segunda parte de uma série de dois textos. Ler o primeiro artigo.
Nota: Artigo escrito e postado em Português.
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