Altas Habilidades ou Superdotação

Muitas vezes o aluno é rotulado como hiperativo, chato, tagarela, intrometido, abusado ou até mesmo o “sabe tudo”. O que precisamos enquanto educadores é entender as características dessas crianças.

Best Practices August 19, 2020

O magistério é cheio de desafios. Como professores, sempre queremos desenvolver o máximo possível as habilidades dos nossos alunos. Por isso, quando recebi um aluno com características de Altas Habilidades ou Superdotação, fiquei intrigada e preocupada. Não sabia ao certo como trabalhar, por onde partir e o que fazer para desenvolver o potencial da criança.

Foi aí que parti em busca de informações e especializações. Li vários livros sobre o assunto e fiz um curso oferecido por uma especialista na área. A princípio meu objetivo era ajudar apenas um aluno, mas acabei identificando mais três alunos com as características na mesma sala de aula.

Muitas vezes o aluno é rotulado como hiperativo, chato, tagarela, intrometido, abusado ou até mesmo o “sabe tudo”. O que precisamos enquanto educadores é entender as características dessas crianças. Imagine um aluno com Altas Habilidades ou Superdotação em uma sala mista. Ele por natureza tem o pensamento a frente das crianças da turma. Esperar todos os dias os demais alcançarem o conteúdo que ele já domina é entediante.

A verdade é que, como professores, não aprendemos profundamente sobre tal assunto na faculdade ou nas nossas reuniões pedagógicas. Por isso, seguem algumas questões que podem auxiliá-lo no desenvolvimento das habilidades de alunos com Altas Habilidades ou Superdotação:

  1. Conhecer o Aluno: A primeira coisa a ser feita é saber identificar esses alunos. Conhecer suas áreas dominantes. Pode acontecer algum caso de aceleração de turma garantido por lei. Buscar informações e estar aberto para tirar essas crianças da invisibilidade é o principal ingrediente para a receita do bolo.
  2. Apoio Escolar: É preciso alertarmos para a seriedade que a temática envolve. A escola deve estar com suas portas abertas às discussões em torno dessa temática afim de proporcionar um bom desenvolvimento e aproveitamento desses alunos, pois essas crianças e adolescentes podem apresentar comportamentos adversos reflexo da sua ansiedade e mal compreensão.
  3. Desenvolvimento das Habilidades: Precisamos tirar da invisibilidade crianças e adolescentes com esse potencial. É importante esse acompanhamento para evitar que sejam adultos que quando crianças não tiveram suas habilidades descobertas e potencializadas, assim não seguiram uma carreira profissional adequada às suas habilidades.
  4. Atendimento Especializado: Cada indivíduo é único e a superdotação não se ensina, muito menos se treina. A criança já nasce com essa característica. Cabe a nós profissionais com sensibilidade, de posse de conhecimentos e argumentos específicos, observar, detectar e encaminhar essas crianças para algum tipo de atendimento especializado.
  5. Apoio Familiar: Muitas famílias se omitem por pensarem que seus filhos já possuem pleno desenvolvimento e por isso, não precisam fornecer subsídios para potencializar suas habilidades. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases 9.396/96 (BRASIL, 1996) deve acontecer uma articulação entre a família e a escola criando processos de integração sociedade-escola.

Precisamos estar atentos aos indícios que nossos alunos e/ou crianças ao nosso redor apresentam. É importante tirar essas crianças da invisibilidade proporcionando uma vida com melhor qualidade para elas, suas famílias e até um melhor desenvolvimento na escola. Somente um trabalho em conjunto em prol dessas crianças fora com que obtenhamos êxito em sua formação. Família, escola e comunidade precisam estar atreladas em todo esse processo.


Referência:

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996.

Author

Gleice Ross

Atua como professora no Colégio Adventista de Juiz de Fora, Brasil, há 21 anos. Atualmente é professora do 1⁰ ano do Ensino Fundamental. Graduada em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), pós-graduada em História do Brasil, em Gestão Educacional, em Psicopedagogia, em Gestão, Coordenação e Orientação Escolar, em Neuropsicopedagogia onde atende crianças, em consultório e estudante de Psicologia.

    2 comments

  • | September 5, 2020 at 6:16 pm

    Es todo un desafío el tener este tipo de alumnos y aún más encauzar adecuadamente sus habilidades; pero es una gran satisfacción cuando se ha logrado que salgan adelante exitosamente y ver sus grandes logros.

  • | September 8, 2020 at 5:07 pm

    Parabéns Gleice pelo olhar sensível para esses alunos. Infelizmente ainda permanecem na invisibilidade em muitos espaços escolares. Parabenizo a escola Adventista de JF por todo empenho nas estratégias junto aos alunos identificados com altas habilidades ou superdotação!

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