Eu e o câncer de Mama

O mês de Outubro já é conhecido mundialmente por ações relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama.

Best Practices October 6, 2021

O mês de Outubro já é conhecido mundialmente como um mês marcado por ações afirmativas relacionadas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. O movimento, conhecido no Brasil como Outubro Rosa, é celebrado anualmente desde os anos 90. O objetivo da campanha é compartilhar informações sobre o câncer de mama e promover a conscientização sobre a doença, proporcionando maior acesso aos serviços de diagnóstico e contribuindo para a redução da mortalidade.

Quanto mais cedo o câncer de mama é identificado, maiores são as chances de cura. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária a incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de casos do câncer de mama tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.

A prevenção do câncer de mama está embasada em três componentes:

1. Autoexame. Deve ser realizado por mulheres de qualquer faixa etária, mensal, pós-menstrual. Toda a equipe de saúde deve estar atenta para as oportunidades de orientação quanto a realização periódica do autoexame pelas usuárias.

2. Exame clínico das mamas. Deve ser realizado pelo menos uma vez por ano pelo profissional de saúde, principalmente em mulheres com mais de 35 anos de idade.

3. Mamografia para rastreamento ou para diagnóstico de lesões suspeitas. Os componentes acima citados deverão ser incluídos como parte integrante do atendimento de mulheres, independente da queixa que apresente.

Por isso a importância de se falar sobre esse assunto nos colégios e trabalhar de forma prática com projetos que estimulem a prevenção e a informação.

Ano passado, nessa mesma época descobri um nódulo na mama direita que foi diagnosticado como carcinoma nível três em estágio avançado. A partir desse momento comecei uma batalha diária. Fiz quimioterapia, mastectomia total e radioterapia. Logo após cirurgia fiz outra biópsia que não identificou células cancerígenas no meu corpo. Mesmo com esse diagnóstico satisfatório, continuo seguindo o protocolo de medicação e o farei durante cinco anos.

A experiência trouxe a capacidade de me transformar e de ajudar outros a fazerem o mesmo. Percebi a necessidade de ajudar e criei um projeto que se chama “AmigasDoPeito” que é um grupo de amigas que se juntam para fabricar e entregar mamas feitas de alpiste. A ideia é ajudar mulheres mastectomizadas e que não teriam condição financeira para fazerem a reconstrução.

O câncer de mama, assim como outras doenças podem ser combatidas com prevenção.

  • exames regulares,
  • alimentação saudável,
  • atividade física,
  • confiança em Deus!

É claro que existe a possibilidade de aparecer o nódulo mesmo seguindo todas as recomendações, no entanto, quanto mais falarmos sobre isso, mais mulheres terão a oportunidade de serem curadas.


Referências:

Ministério da Saúde (BR). Instituto Nacional do Câncer. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2011.

Lei nº 11.664, de 29 de abril de 2008 (BR). Dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS. Diário Oficial da União [periódico na internet]. 30 abr 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11664.htm.

Sociedade Brasileira de Mastologia. Recomendações da X Reunião Nacional de Consenso Sociedade Brasileira de Mastologia. Rastreamento do Câncer de Mama na Mulher Brasileira. São Paulo, 28 de novembro de 2008. Disponível em: https://www.sbmastologia.com.br/ downloads/reuniao_de_consenso_2008.pdf

Instagram: AmigasDoPeitoCM

Author

Katia Nunes

Formada em Letras Inglês e Português, pós-graduada em Língua Portuguesa e Neuroeducação. Atua há mais de 10 anos como professora da rede de Educação Adventista. Atualmente trabalha com o ensino médio no Colégio Adventista de Padre Miguel localizado no Rio de Janeiro, Brasil.

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