Que tipo de professor você é?

Com o professor Wolter, aprendi na prática que religião e cristianismo só fazem sentido se forem compartilhados.

Christian Growth November 17, 2021

Eu não sei se você sempre sonhou em ensinar numa sala de aula, mas esse, definitivamente, nunca foi meu sonho. Venho de uma família de educadores e confesso que a docência, principalmente na Educação Básica, não estava nos meus planos, porém, sem dúvidas, estava nos planos de Deus.

Sou enfermeira por profissão e descobri ser professora por vocação. Não que eu seja melhor ou mais qualificada, longe disso. Mas, por amar e me encontrar na bagunça peculiar às turmas do Ensino Fundamental II (11-14 anos), por ter olhos atentos e curiosos olhando para mim. Por conseguir alcançar o coração de um adolescente, mesmo com as sensações de frustração e impotência, inerentes à profissão.

Quando me vi numa sala de aula, ministrando a disciplina de Ensino Religioso, me questionei: “que tipo de professora quero ser?” A resposta, veio muito, mas muito rápida. Quero ser como o meu professor de Ensino Religioso no Ensino Médio. Curiosamente, a mesma disciplina que leciono.

Sempre soube que o saudoso e querido pastor e professor Berndt Dietrich Wolter, marcou minha história de forma única e definitiva. Contudo, só tive dimensão do tamanho da sua influência na minha vida quando me vi no lugar dele.

Ele tinha o dom de enxergar seus alunos como seres humanos, com necessidades e talentos especiais. Muito mais que um transmissor de conteúdo, ele era alguém que inspirava e ensinava pelo exemplo.

Enxergava nos alunos qualidades que ainda não conseguíamos ver. Delegava funções que não nos achávamos aptos a fazer. Confiava em adolescentes para desenvolver projetos e missões que, talvez, nenhum outro confiaria. Sempre ofertava com suporte e ferramentas para trabalhar. Ele nos deixava trilhar nossa própria trajetória, seguros de que ele estaria por perto para nos socorrer.

Com o professor Wolter, aprendi na prática que religião e cristianismo só fazem sentido se forem compartilhados. Que amor ao próximo só é possível quando saímos para trabalhar em prol do outro e que Deus usa pessoas simples, como meus colegas e eu, para grandes missões.

Eu não tive oportunidade de dizer a ele tudo o que me ensinou. Até porque, nem eu sabia a proporção do aprendizado e como seus ensinamentos e exemplos impactariam minha vida. Aguardo o reencontro no céu para contar como me tornei professora e como ele foi minha principal referência na docência. Quero apresentar-lhe meus alunos e dizer que eles também são frutos do seu ministério. Quero que ele saiba o quanto transformou minha vida espiritual e o quanto me fez amar ser missionária, independente do lugar que eu estiver.

Talvez, você também tenha tido alguém como ele durante a vida acadêmica. Por isso, quero propor uma reflexão:

Que tipo de professores somos? Temos feito diferença na vida dos nossos alunos? Seremos lembrados como docentes que foram além ou que se limitaram a transmitir conteúdo? Será que mesmo depois de nossa morte, nossos ensinamentos serão eternizados por nossos alunos?

O professor Wolter foi meu professor há 21 anos e há cerca de sete anos descansa no Senhor. Entretanto, seu legado perdurará enquanto alunos como eu estiverem ensinando o que aprenderam com ele. E se, como ele, inspirarmos nossos alunos, os ensinamentos serão perpetuados até a volta de Jesus.

Author

Josielly Ferreira

Graduada em Enfermagem com licenciatura em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), desde 2007. Cursa a segunda licenciatura em Pedagogia no Centro Universitário Adventista São Paulo (UNASP), com término previsto para 2021. Atualmente, atua como professora de Ensino Religioso do Ensino Fundamental II, na Escola Adventista de Marília, no Brasil.

    1 comments

  • | May 8, 2023 at 11:40 am

    Simplesmente inspirador! Que outros alunos encontrem, vivam e compartilhem a referência do Prof Wolter que perpetua através de você!

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