Um editor, um livro, uma história...

É impossível contar a história do departamento Educacional sem mencionar o primeiro editor de livros didáticos – Ivacy Furtado de Oliveira.

South American June 5, 2017

Apesar de existirem hoje diferentes plataformas de ensino, o livro didático continua sendo o principal instrumento utilizado por professores e estudantes no processo de aprendizagem. Esse valioso recurso, alicerçado em princípios educacionais sólidos, tem contribuído para o completo desenvolvimento de grande número de alunos. Com esse ideal, a Casa Publicadora Brasileira distribui anualmente 1,5 milhão de exemplares para 160 mil alunos.

Em 1983 a publicadora iniciou um programa intensivo de produção de material didático (atual CPB Educacional), com a coleção Este Mundo Maravilhoso. Ao longo dessas três décadas, passou a produzir livros para todos os níveis, da Educação Infantil ao Ensino Médio.

É impossível contar a história do departamento Educacional sem mencionar o primeiro editor de livros didáticos – Ivacy Furtado de Oliveira, que em 2016 completou 71 anos, 34 dos quais dedicados à editoração de materiais didáticos. Ainda na ativa, ele é também autor e coautor de 18 títulos paradidáticos infantojuvenis.

Em 1978 começou a trabalhar na publicadora como um dos editores da Revista Adventista e O Atalaia. Em 1981 tornou-se o primeiro editor de livros, o que o levaria a se envolver com os didáticos desde o início de sua produção. É formado em Letras e Jornalismo. Casado com Ieda Martins de Oliveira, tem três filhos: Liliane, Hélio e Israel; e um neto, Iago.

Nesta entrevista, Ivacy explica a importância dos livros didáticos no contexto atual, fala sobre o papel do editor no processo de produção de livros didáticos, bem como sua experiência frente aos desafios e as vitórias vivenciadas no meio editorial.

Qual a importância do livro didático no cenário educacional?

É um importante instrumento de apoio ao professor e uma referência para os estudantes que buscam formação acadêmica. Um bom livro contém mais do que apenas informação. Seu conteúdo resulta da experiência e vivência do autor, do olhar crítico dos especialistas que participam de todo o processo de análise e avaliação didático-pedagógica, antes e durante o processo produtivo.

Qual o papel do editor na produção do livro didático?

O editor é uma ponte entre os autores e os responsáveis por dar forma ao livro (designers, ilustradores, entre outros). É também corresponsável pela exatidão das informações, além de cuidar da coerência e coesão do texto. Seu trabalho visa adequar a linguagem às faixas etárias a que o livro se destina.

Além da formação acadêmica, o que mais é necessário para ser um editor?

Considero a formação acadêmica o ponto de partida, mas é preciso muita, muita leitura e disposição para pesquisar, eliminar dúvidas e referendar as informações do texto. Além disso, uma cultura geral nas várias áreas do conhecimento humano. É imprescindível a disposição para aprender, aprender sempre.

Fale de sua experiência na editora.

Comecei trabalhando com revistas, numa época em que não contávamos com os recursos de pesquisa e comunicação hoje disponíveis. Dependíamos de correio, telefone fixo, enciclopédias e dicionários. A digitalização de textos e imagens também era apenas coisa do futuro. Hoje a internet e o celular são ferramentas imprescindíveis para um editor. Por outro lado, a produção – diagramação, ilustração e formatação, pré-impressão – também contam com tecnologia de ponta, o que modernizou o processo de produção em geral. Considerando que eu nunca havia lidado com material didático, foi um desafio, pois tive que aprender fazendo.

Após tantos anos trabalhando, gostaria de compartilhar alguma curiosidade?

Vivenciei muitas situações hilárias. Os originais eram datilografados, dois autores costumavam montar as páginas com a colagem de tiras de textos e Xerox do que gostariam de ter como ilustrações. Com isso, os originais eram muito volumosos e requeriam atenção redobrada. A mais divertida de todas as situações foi quando recebi uma parte dos originais manuscrita em papel de embrulho, pois o estoque de sulfite do autor havia acabado e ele não queria perder a inspiração nem o prazo. Aprendi muito na interação com os diversos autores, que retribuem com o reconhecimento e gratidão pelas sugestões e intervenções pontuais que realizo como editor. [Fonte: Revista CPB Educacional / 1º semestre 2015]


Nota: Artigo escrito e postado em Português

Author

Olivandro Maia

Graduado em Comunicação Social/Jornalismo pelo Centro Universitário de Maringá, trabalha há 12 anos com produção e edição de conteúdos digitais. Atua na função de editor de Web na Casa Publicadora Brasileira. www.cpbeducacional.com.br e www.educacaoadventista.org.br

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