Quem nunca teve um aluno com dificuldade em obedecer ordens, em lidar com o erro, ou de relacionamento?
O comportamento de tal aluno pode não ser apenas uma birra que é comum até uma certa idade, mas pode ser indícios de um transtorno conhecido como Transtorno Opositor Desafiador (TOD). De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o Transtorno Opositor Desafiador é uma condição que leva a recorrentes reações irritadas e raivosas de humor, comportamentos excessivamente questionadores, desafiadores e presença de índole vingativa.
Segundo Cristiana Brites, especialista em Educação Especial, crianças com Transtorno Opositor Desafiador frequentemente perdem a calma, são muito sensíveis, incomodam-se com facilidade quando contrariadas ou frustradas. Como profissionais da educação precisamos estar atentos e dispostos a conhecer sobre esse transtorno, já que é comum termos um ou mais alunos que ainda não foram diagnosticados e que causam um desgaste na sala de aula.
Para ajudar o aluno é preciso fazer abordagens específicas na escola em conjunto com profissionais da saúde e pais ou cuidadores. As abordagens devem ser nas áreas comportamental, cognitiva, emocional, social e psicomotora. O tratamento do Transtorno Opositor Desafiador deve ser sempre multidisciplinar, independente do tipo. Por exemplo, há casos em que, além da terapia psicoterapia cognitivo-comportamental, será necessário o uso adequado de medicações específicas.
Segue algumas orientações para o professor potencializar comportamentos pró-sociais nos alunos e reduzir comportamentos problemáticos, principalmente de Transtorno Opositor Desafiador em sala de aula:
- Estabeleça regras claras e eficazes de acordo com a idade e o comportamento do aluno;
- Supervisione os comportamentos adequados do aluno e reforce-os com elogios pelos seus esforços;
- Desenvolva um relacionamento mais estreito com seu aluno;
- Promova debates sobre justiça, generosidade, empatia, entre outros;
- Não converse em tom de voz agressivo nem expresse sentimentos negativos e opiniões de maneira impositiva;
- Esteja atento às necessidades físicas e emocionais do aluno.
Não existe uma receita ou fórmula rápida, mas sim, caminhos que devem ser trilhados na direção correta com paciência e dedicação.
Referências:
BRITES, Luciana, BRITES, Clay. Crianças desafiadoras: aprenda como identificar, tratar e contribuir de maneira positiva com crianças que têm Transtorno opositor-Desafiador. São Paulo: Editora Gente, 2019
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